Você já ouviu falar de estímulo supernormal? Quer saber qual a relação disso com o consumo de alimentos ultraprocessados e obesidade? Quer saber mais sobre o tratamento com hipnoterapia? Se sua resposta foi SIM, este conteúdo é pra você!
O que é o estímulo supernormal?
O estímulo supernormal é um conceito descrito pela primeira vez pelo biólogo Nikolaas Tinbergen em 1951, que se referia a estímulos artificiais que, ao serem amplificados, poderiam gerar uma resposta exagerada e até mesmo viciante em um organismo.
Tinbergen conduziu uma série de experimentos com animais que demonstraram como os estímulos supernormais podiam afetar seu comportamento e preferências, como no caso de um pintassilgo que preferia chocar ovos artificiais maiores e mais brilhantes do que os ovos naturais de sua espécie (1).
Esse fenômeno pode ter diversas implicações na vida humana, e uma delas é a relação entre o estímulo supernormal e a obesidade.
Qual a relação entre o estímulo supernormal e a obesidade.
A obesidade é um problema de saúde pública que afeta cada vez mais pessoas no mundo todo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos estavam com sobrepeso, sendo que desses, mais de 650 milhões eram obesos.
Além de causar danos à saúde física, a obesidade também pode gerar problemas emocionais, como baixa autoestima e depressão.
Estudos recentes têm mostrado que o estímulo supernormal pode ser desencadeado pelo consumo de alimentos industrializados ultraprocessados, que são formulados para serem extremamente saborosos e viciantes, contendo altos teores de açúcar, gorduras e aditivos químicos.
Quando consumimos esses alimentos em excesso, nosso organismo passa a depender deles e podemos desenvolver uma série de doenças, incluindo a compulsão alimentar e a obesidade (2).
E como combater a obesidade?
Para combater a obesidade, é importante buscar tratamentos eficazes. Um método que vem ganhando espaço como opção de tratamento para a obesidade é a hipnoterapia.
A hipnose terapêutica tem como objetivo acessar o subconsciente do indivíduo para promover mudanças de comportamento e pensamento. Por meio de sugestões e visualizações, a hipnoterapia pode ajudar o paciente a se conscientizar de seus hábitos alimentares e promover mudanças duradouras em sua relação com a comida.
Um estudo realizado por Kirsch et al. (2004) mostrou que a hipnoterapia pode ser uma opção eficaz para o tratamento da obesidade.
Os autores relataram que pacientes que receberam hipnoterapia para a perda de peso apresentaram uma redução significativa no peso corporal e no índice de massa corporal (IMC) em comparação com pacientes que não receberam o tratamento.
Além disso, os efeitos da hipnoterapia se mantiveram após um período de acompanhamento de dois anos (3).
Outro estudo, realizado por Bolocofsky et al. (1985), comparou os efeitos da hipnoterapia com os da terapia comportamental para a perda de peso. Os autores relataram que ambos os tratamentos foram eficazes na redução de peso, mas a hipnoterapia mostrou ser mais eficaz na manutenção do peso a longo prazo.
Os pacientes que receberam hipnoterapia também relataram uma melhoria significativa na qualidade de vida e na autoestima (4).
Embora a hipnoterapia ainda seja um campo de estudo em constante evolução, os resultados desses estudos sugerem que ela pode ser uma ferramenta valiosa para o tratamento da obesidade. Ao promover mudanças duradouras no comportamento alimentar, a hipnoterapia pode ajudar os pacientes a alcançar uma vida mais saudável e feliz.
Em conclusão, o estímulo supernormal deve ser identificado e quando presente tratado. O consumo de alimentos ultraprocessados deve ser evitado pois, em seres humanos, pode gerar o estímulo supernormal, contribuindo para a obesidade, um problema de saúde pública cada vez mais comum.
A hipnoterapia pode ser uma opção eficaz para o tratamento da obesidade, promovendo mudanças duradouras no comportamento alimentar e ajudando os pacientes a alcançar um estilo de vida mais saudável.
Como em qualquer tratamento, é importante procurar um profissional capacitado e buscar informações atualizadas sobre as opções disponíveis para cada caso específico.
Referências:
- Tinbergen, N. (1951). The study of instinct. Oxford University Press.
- World Health Organization. (2018). Obesity and overweight. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
- Kirsch, I., Montgomery, G., & Sapirstein, G. (1996). Hypnosis as an adjunct to cognitive-behavioral psychotherapy: A meta-analysis. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 64(3), 513-516.
- Bolocofsky, D. N., Spinler, D., & Coulthard-Morris, L. (1985). Effectiveness of hypnosis as an adjunct to behavioral weight management. Journal of Clinical Psychology, 41(1), 35-41.
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