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“Anos atrás, a antropóloga Margaret Mead foi questionada por uma estudante sobre o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização em uma cultura. O aluno esperava que Mead falasse sobre potes de barro, ferramentas para caça, pedras de amolar ou artefatos religiosos.

Mas não. Mead disse que a primeira evidência de civilização foi um fêmur fraturado, que foi quebrado e curado, de 15.000 anos atrás, encontrado em um sítio arqueológico. O fêmur é o osso mais longo do corpo, ligando o quadril ao joelho.

Em sociedades sem os benefícios da medicina moderna, leva cerca de seis semanas de descanso para a cicatrização de uma fratura de fêmur. Este osso em particular foi quebrado e curado”. (Blumenfeld, 2020)

Como isso está relacionado com empatia…

Um fêmur quebrado que sarou é evidência de que outra pessoa demorou para ficar com o caído, amarrou o ferimento, carregou a pessoa para um local seguro e cuidou dela durante a recuperação. Um fêmur curado indica que alguém ajudou outro ser humano, em vez de abandoná-lo para salvar sua própria vida.

“Ajudar outra pessoa nas dificuldades é onde começa a civilização”, disse Margaret Mead, “nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos atenciosos e comprometidos pode mudar o mundo; Pois, de fato, isso é tudo que sempre fez.”

Gosto de falar em ciência, o mundo pra mim faz pouco sentido sem ela. E já tem sido amplamente demonstrado que empatia e compaixão são traços humanos primordiais. Desenvolvemos o instinto de compartilhar em função da escassez e sazonalidade de recursos que nossos antepassados tiveram que lidar. Esse comportamento não é exclusivo a nós humanos, mas de outros mamíferos também.

As razões pelas quais as pessoas fazem boas ações são complexas. Qualquer que seja a motivação, é fascinante que o impulso humano de cuidar do outro remonte mais de 10 mil anos. Em um mundo tão cheio de conflitos, talvez seja reconfortante que haja algo tão antigo em nossa biologia que, em última análise, promova a paz.

A aversão ao dano é uma característica humana regulada por uma parte do cérebro chamada córtex cingulado anterior. Recentemente foi demonstrado que a existência dessa área é necessária para a repulsão a danos em espécies não humanas.

Essa semelhança entre cérebros humanos e outros animais é empolgante por sugerir que prevenir danos a outras criaturas está profundamente enraizada na história evolutiva dos mamíferos e que circuitos neurais que promovam algum tipo de empatia provavelmente existem há milhões de anos.

Tenho aprendido muito com Peter Sterling, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia. O professor Sterling tem mudado minha maneira de entender o organismo humano e a própria Medicina.

É quem tem me ajudado a compreender um novo conceito, que em parte substitui um conceito de mais de 150 anos atrás chamado homeostase: a alostase. Mas isso é um assunto pra outro post. Quero agora citar este fantástico mestre:

Quando compartilhamos nossos recursos para ajudar outra pessoa, ela recebe, além da ajuda, um impulso de dopamina de um circuito neural central que recompensa todos os eventos positivos e inesperados. Esse impulso neuroquímico evoca uma boa sensação, um alívio momentâneo da busca. Esse mesmo circuito também recompensa o doador, incentivando-o a repetir esse comportamento em tempos de incerteza vindouros

Caros amigos e amigas, quando o mundo parece imprevisível e caótico, encontrar maneiras de fazer o bem, dar apoio e melhorar as coisas para outras pessoas pode ser uma fonte de conforto. A empatia, compaixão e a consciência coletiva são um dos grandes legados desta pandemia. Provavelmente, só vão crescer – e sobreviver – líderes, profissionais e empresas que exercerem seu papel na sociedade.

empatia

Práticas de Compaixão

Mesmo que você não possa sair de casa para ajudar alguém de maneiras práticas, encorajo você a experimentar esta visualização, cuja temática costumo trabalhar usando abordagens baseadas em Mindfulness e Hipnoterapia. Ainda não temos evidências de que isso possa ajudar a todos as pessoas. No entanto, leva apenas alguns minutos por dia e você também pode achar isso reconfortante e fortalecedor, como tem sido para mim e para vários de meus clientes.

  1. Feche os olhos e deite-se, inspirando e expirando profunda e lentamente.
  2. Depois de regular a respiração através de uma sequencia de algumas respirações longas e lentas, apenas comece a observar sua respiração, o entrar e sair de ar.
  3. Neste momento você não precisa mais controlar a sua respiração, apenas a observe. Concentre sua atenção no local onde ela lhe parecer mais evidente.
  4. Pensamentos aleatórios podem entrar em sua mente, deixo-os aí, não se incomode com eles ainda que por instantes tirem a sua atenção, tudo bem, apenas volte e sua atenção para sua respiração.
  5. Procure perceber, ou simplesmente imagine, as batidas do seu coração e agradeça pelo maravilhoso trabalho que seu coração e seus pulmões vem fazendo em mantê-lo vivo, mesmo sem você perceber.
  6. Agora, imagine a energia que vem do seu coração como a energia do amor, trazendo sustento e paz a todos os seres.
  7. Dê a essa energia uma cor que mais represente o amor, para você.
  8. Agora imagine seu amor preenchendo todo o seu corpo, dos dedos dos pés aos calcanhares, dos tornozelos aos joelhos. Até suas pernas. No centro do estômago, no alto do peito, nos ombros, nos braços e nos dedos. Sinta a energia colorida enchendo sua cabeça.
  9. E agora imagine essa energia de amor saindo de seu corpo para preencher toda a sala. Agora, está enchendo toda a sua casa. Cada pessoa, cada animal, planta e inseto sob seu teto.
  10. Imagine a energia colorida do amor enchendo toda a sua vizinhança. Cada ser vivo em sua vizinhança está sendo preenchido com seu amor.
  11. O amor do seu coração está se espalhando para todos em sua comunidade.
  12. E agora, está se espalhando por todo o país, levando amor, sustento e paz a todos os seres.
  13. Concentre-se novamente em sua respiração e imagine o amor poderoso de seu coração se espalhando por todos os países e por todos os seres vivos do mundo.
  14. E quando sentir-se pronto, lentamente, abra seus olhos.

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